Jesus viu o homem deitado e, sabendo que fazia todo esse tempo que ele era doente, perguntou: “Você quer ficar curado?” (v. 6)
Li um artigo sobre um jovem universitário que fez uma pesquisa sobre “pessoas invisíveis”. Para isso vestiu-se de gari e, durante um determinado tempo, circulou pela universidade. Nesse período, cruzou com colegas, professores e professoras, pessoas conhecidas e nunca foi reconhecido. Por quê? Talvez porque a nossa visão é seletiva e volta-se para os nossos interesses e desejos. Talvez porque nossos olhos se acostumam com a realidade que nos cerca e caímos no perigo da indiferença. Aqui também se evidencia a discriminação de profissões e classes sociais, uma forte marca de nossa sociedade.
O nosso texto bíblico aponta, dentre outros aspectos, para um Jesus que se sente tocado pelo que estava vendo. Diante dele estava um homem paralítico. Há 38 anos, ele esperava pela solidariedade de alguém que pudesse colocá-lo no tanque para a sua tão desejada cura. Jesus é tocado pelo que está vendo. O seu olhar atento é transformador. O homem, até então invisível para os olhares preconceituosos e indiferentes da época, é curado por Jesus. A cura não é pacífica. Ela ocorre num sábado, período sagrado para os judeus. No entanto, Jesus assume todos os riscos porque é portador de um olhar atento, sensível e transformador da vida.
Que aprendamos com o Mestre a olhar para o mundo despidas da indiferença. Que possamos ser tocadas pelas dores do mundo. Que o nosso olhar possa motivar ações transformadoras em favor da vida.