O salário que o trabalhador recebe não é um presente, mas é o pagamento a que ele tem direito por causa do trabalho que fez. (v. 4)
O apóstolo Paulo usa a história de Abraão para falar a respeito da fé e da salvação. Certamente você lembra que esse personagem bíblico recebeu uma promessa de Deus: ser pai de uma grande família. Porém ele já tinha quase 100 anos, e sua esposa em torno de 90 anos de idade. Como poderiam ainda ser pais? Mas ele creu na promessa de Deus e esperou pelo seu agir, sabendo que de si mesmo nada podia fazer.
Na época do Novo Testamento, os estudiosos da Bíblia entenderam que essa atitude de Abraão fez dele alguém especial aos olhos de Deus. Ele fez por merecer! Tinha direito a esse “pagamento” por ter obedecido a Deus. Mas não é isso que lemos em Gênesis 12.2; 13.16 e 15.1. A promessa de Deus não foi condicional, do tipo “se você fizer isso, eu lhe darei aquilo”, mas gratuita. E Deus a confirmou (Gênesis 17.4), mesmo depois de Abraão cometer erros.
No decorrer da história, sempre surgiram ideias relacionadas ao merecimento da salvação. De que, na contabilidade de Deus, descontando nossos erros das boas ações, vamos ficar no positivo, e que, por isso, ele nos recompensará. Mas não foi assimcom Abraão (v. 2), nem com Davi (v. 7), nem o será conosco, pois a pessoa é aceita por Deus pela fé e não por fazer o que a lei manda (Romanos 3.20-28). Como disse Lutero: “Deus é que me declara justo. Não depende dos meus esforços alcançar a condição de justo. A mim cabe receber esse presente através da fé”.