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01 de setembro de 2004

Buscar e salvar o que está perdido

Isaías 53.4-7

Meu caro amigo, se nós podemos apascentar e governar a nós mesmos, guardar-nos do erro, alcançar graça e perdão dos pecados por mérito próprio, resistir ao diabo e toda desgraça, vencer o pecado e a morte por nós mesmos, então a Escritura deve estar mentindo quando afirma que somos ovelhas perdidas, dispersas, machucadas, fracas e indefesas. Nesse caso, também não precisamos de Cristo como pastor que nos procure, reúna, guie, trate, cuide, dê força para enfrentar o diabo. Então, ele também seu sua vida por nós em vão. Pois, se podemos fazer e conseguir tudo isso por força própria e piedade pessoal, então podemos dispensar completamente a ajuda de Cristo. Agora, aqui você tem justamente o contrário, ou seja, que você, ovelha perdida, não pode, por si mesmo, voltar para junto do pastor. Por si mesmo, você só pode extraviar-se e, se Cristo, o bom pastor, não saísse à sua procura e o trouxesse de volta, você, simplesmente, acabaria sendo presa do lobo. Mas eis que ele vem, procura, encontra e leva você de volta ao seu aprisco, ou seja, por meio da palavra e sacramento o leva à cristandade, dá sua vida por você, conserva-o, doravante, no caminho certo, para que você não incorra em erro. Aqui, não se ouve nada a respeito de suas forças, suas boas obras e méritos, a menos que você considere extraviar-se, estar indefeso e perdido como sendo força, boa obra e mérito. Nisso aí, Cristo age, ganha méritos e manifesta o seu poder sem participação de ninguém. Ele sai à procura, carrega sobre os ombros, guia e, por meio de sua morte, ganha-lhe a vida. Somente Cristo é forte que chega para impedir que você pereça ou seja arrebatado de sua mão (João 10). Você não pode fazer nada nesse sentido. A única coisa que pode fazer é espichar as orelhas, ouvir e receber com gratidão esse extraordinário tesouro, bem como aprender a reconhecer nitidamente a voz de seu pastor, segui-lo e não dar ouvidos à voz do estranho.