CIL - Comissão Luterana de Literatura
01 de fevereiro de 2005
A certeza da fé
Hebreus 11.1-3
A mais nobre e preciosa virtude da fé é esta: Ela fecha os olhos e de forma simples a alegre deixa tudo entregue a Deus. ela não quer saber por que Deus age de determinada maneira, e mesmo assim o considera bondoso e de justiça suprema, mesmo quando a razão humana, os sentidos e a experiência nada percebem senão ira e injustiça. Eis porque a fé é a convicção de fatos que não se vêem, sim, a convicção até mesmo de fatos que são o contrário do que se vê. Por esta razão, a maior honra e amor a Deus, sim, o mais elevado grau de honra e amor a Deus é poder confiar nele nestas horas e louvá-lo como bom e justo. Porque em tais circunstâncias é preciso arrancar de todo os olhos naturais e ter tão-somente fé. Do contrário não haverá senão terrível e temerosa aflição. Não fiquemos dormindo como os demais, mas estejamos vigilantes e sóbrios. Pois os desejos temporais são opostos ao bem eterno como as cenas do sonho são diferentes da realidade. Por isso, tal sono nada mais é do que o amor e desejo das criaturas. Estar vigilante, porém, significa agarrar-se ao bem eterno, buscá-lo e desejar consegui-lo. Nisso o crente está sozinho e não tem ninguém a seu lado. Pois todos dormem. E o crente diz: “Estou no telhado”, como para dizer: O mundo é uma casa na qual todos dormem e nela se encontram todos recolhidos. Eu sou o único que não me encontro na casa. Estou no telhado. Ainda não estou no céu, mas também não estou no mundo. O mundo está abaixo de mim, e o céu acima de mim. Assim me encontro entre a vida do mundo e a vida eterna.