CIL - Comissão Luterana de Literatura
01 de março de 2005
Justificados, não em nós mesmos, mas em Cristo
João 16.5-11
Essa justiça é secreta e oculta não somente ao mundo e à mente humana, mas também aos próprios santos. Porque não se trata de pensamento, palavra ou obra em nós mesmos, mas está bem fora de nós e acima de nós: a ida de Cristo ao Pai, ou seja, seu sofrimento, ressurreição e ascensão. E a mesma foi posta fora do alcance de nossos sentidos e percepção, para que não a possamos ver e sentir, mas aceitar tão-somente através da fé. Esta é, de fato, uma justiça estranha: sermos chamados justos ou termos justiça que não é obra, pensamento, nem outra coisa qualquer em nós, mas algo totalmente fora de nós, em Cristo. E mesmo assim ela se torna nossa através da graça e do dom de Deus, e tão nossa como se tivesse sido alcançada e adquirida por nós mesmos. Na verdade, nenhuma mente humana seria capaz de entender essa linguagem que descreve a justiça como algo que não é feito por mim, nem, ainda, pensamento, sentimento ou percepção minha; que nada há em mim que me pudesse conquistar o agrado de Deus e a bem-aventurança; que a justiça está fora de mim e de qualquer pensamento, obra ou realização humana; onde me agarro a Cristo (assentado à direita do Pai), a quem, todavia, não posso ver. Mas a fé deve aceitá-lo, nisso fundamentar-se e encontrar consolo em meio à tentação.