CIL - Comissão Luterana de Literatura
01 de julho de 2005
A essência da esperança
Romanos 8.18-24
Esta palavra deve ser entendida em seu sentido literal. Ela fala de uma tensão levada ao extremo. Porque a esperança que nasce do desejo pelo objeto amado, aumenta quanto mais longe estiver aquilo que se espera. Disso resulta que o objeto pelo qual se espera e a pessoa que espera se tornem, por assim dizer, uma coisa só, por meio do ardente desejo da esperança. Assim, o amor transforma a pessoa que ama no objeto amado, e a esperança desloca a pessoa que espera para dentro da coisa pela qual espera. Mas aquilo que se espera não aparece. Destarte, a esperança lança a pessoa para dentro do que é desconhecido e oculto, para dentro de trevas interiores, de sorte que ela não sabe qual é o objeto de sua esperança. Assim, a alma se torna ao mesmo tempo esperança e objeto da esperança, pois habita no que não vê, a saber, na esperança. Se a esperança pudesse ser vista – o que equivale a dizer, se aquele que espera e a coisa que espera viessem a travar conhecimento mútuo – a pessoa que tem esperança não seria transformada naquilo que espera, ou seja, na esperança e no que é desconhecido, mas seria poderosamente atraída pelo que se pode ver, e desfrutaria do seu conhecimento.