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01 de setembro de 2005

O Cristão - Sua fé e sua vocação

Romanos 12.3-8

Já deixei claro que, entre si e para si, os cristãos não precisam de tribunais ou do poder da espada, pois, para eles, isso não é necessário e não tem serventia alguma. Mas, uma vez que o cristão vive neste mundo, não para si mesmo, mas para servir ao próximo, ele está disposto a fazer aquilo de que ele mesmo não precisa, mas que é necessário e proveitoso para seu próximo. A espada é uma grande necessidade no mundo, para manter a paz, castigar o pecado e refrear os maus. Por isso, o cristão de boa vontade submete-se ao poder da espada, paga os impostos, honra a autoridade, serve, ajuda e faz o que pode para fortalecer esse poder, assim que exerça suas funções e seja honrado e temido. Assim sendo, as duas coisas combinam perfeitamente: exterior e interiormente você satisfaz as exigências tanto do reino de Deus quanto do reino do mundo, suportando maldade e injustiça e, ao mesmo tempo, castigando a maldade e a injustiça; não resistindo ao mal e, ao mesmo tempo, resistindo-lhe. Porque, no primeiro caso, você cuida de si e dos seus interesses; no segundo caso, do próximo e dos interesses dele. Onde se trata de você mesmo e de seus interesses, você se orienta pelo evangelho e, como verdadeiro cristão, sofre a injustiça; quando se trata do próximo e dos interesses desse, você segue a lei do amor e não tolera que seu próximo seja injustiçado. Isso o evangelho não proíbe; ao contrário, ordena-o numa outra passagem bíblica. É nesse sentido que, desde o início do mundo, todos os santos fizeram uso da espada.