Se Deus nos atendesse de pronto quando gritamos, ele nos atenderia para nosso prejuízo, pois a fé, a esperança e o amor já não teriam vez e de nada nos adiantaria se nossas preces e desejos fossem satisfeitos tão imediatamente. Como lemos a respeito dos judeus no deserto: Reclamando carne e não refreando seus apetites e desejos, mas persistindo em sua desgraça e impaciência, em vez de esperarem no Senhor – elevou-se contra eles a ira de Deus, de repente, de sorte que alguns milhares entre eles pereceram num só dia, e os mais robustos e os jovens foram mortos. Na tentação anterior, quando o povo murmurava, apenas pereceu o povo em geral. Na tentação seguinte, porém, a auto-exaltação constitui grave e grande pecado e perversão dos líderes de Israel e dos escolhidos que honramos como sábios e justos. Deus sempre derrubou os grandes, os maiorais e os que são considerados grandes perante o mundo, para nos assustar e nos dar um exemplo de humildade na qual possamos viver em toda segurança. Por isso devemos incentivar-nos mutuamente no sentido de fortalecermos a fé que nos é dada e de pô-la em ação pelo amor, para que não nos tornemos indiferentes e seguros com o tempo e acabemos deixando de lado, por fim, também a cara e salutar palavra do evangelho, enojando-nos dele, inclusive, tal como os judeus se enojaram, no deserto, do maná diário.