CIL - Comissão Luterana de Literatura
29 de julho de 2003
O CASO DO CISCO E DA TRAVE
Mateus 7.1-6
Ninguém é perfeito. Todos têm seus defeitos. Quem não admite fraquezas, é mentiroso e não merece crédito. O cisco no próprio olho não pode ser negado. Cisco é coisa pequena. Trave é coisa grande. E esta está sempre no olho do vizinho, nunca no próprio. Ah, se todas as pessoas fossem como eu, este mundo seria bem melhor... O problema sempre são os outros. São gananciosos, estúpidos, preguiçosos, traiçoeiros, bandidos... “Não julguem” (v. 1), diz Jesus. Julgar, aqui, tem o sentido de condenar, de rebaixar, de “fazer a caveira” de alguém. Não julgar não significa que devemos fechar os olhos frente à maldade alheia. Crime é crime e deve ser punido. Pessoa má deve ser corrigida. O próprio Jesus o ensina. Ele mostrou-se inconformado com a hipocrisia dos fariseus e sua crueldade. Cumplicidade com o pecado contraria a vontade de Deus. O mal deve ser denunciado. Mas isso deve acontecer na consciência do nosso próprio pecado. Todos carregam sua culpa. Uns mais, outros menos. As proporções variam. Mas, enfim, que é trave e que é cisco? Só Deus, que conhece os corações, sabe julgá-lo. O que a nós parece ser cisco, pode revelar-se como uma gigantesca trave. Nossos juízos podem condenar a nós mesmos. É claro, não podemos deixar de “avaliar” as pessoas. Mas, eu quero ser avaliado com misericórdia! Nada pior do que ser julgado por uma pessoa que se considera justa. Jesus veio nos dizer que Deus não pretende esmagar a cana quebrada. Ele quer salvar. Este é o critério que deve orientar também os nossos juízos.