[b]Como gostaria que alguém me ouvisse! Aqui eu termino e assino a minha defesa; que o Todo-Poderoso me responda!...”. (v. 35a)[/b] Jó é o reflexo vivo do sofrimento humano. Depois de perder os bens, a família e a saúde, ele coloca-se na posição de vítima, apontando Deus como culpado por seu sofrimento. Em sua defesa, ele se considera inocente, alguém que nunca fez nada de errado. Ao voltar os olhos apenas para as suas dificuldades, ele não consegue mais perceber a realidade ao seu redor e as bênçãos de Deus, presentes também em meio a dor e lágrimas. Ainda hoje é comum encontrar pessoas apontando outros ou o próprio Deus como culpados pelas situações de dor que a vida apresenta. Ao se isentar de culpa e responsabilidade, a pessoa fecha-se em si mesma e começa a achar que é a única que sofre e que todos devem viver em função do seu sofrimento. Vivendo assim, não se consegue mais perceber o quanto o Deus gracioso abençoa, fortalece e ampara na dor (2 Coríntios 12.9). Jesus Cristo diz: “No mundo vocês vão sofrer; mas tenham coragem! Eu venci o mundo!” (João 16.33). Ao invés de perder tempo procurando culpados, mantenhamos o bom ânimo e a fé firme, que fazem transpor a barreira da dor. Usemos as situações que a vida apresenta para nos autoavaliarmos e nos preocuparmos com o que é possível fazer para que as situações de sofrimento sejam vencidas, superadas e transformadas. Isso ajuda a crescer. Deus não é responsável pelo sofrimento humano, mas usa-o para abrir olhos e transformar vidas. Deixemo-nos tocar pelo seu cuidado e seu amor.