[b]Um profeta é respeitado em toda parte, menos na sua terra, entre os seus parentes e na sua própria casa. (v. 4)[/b] No auditório de 500 lugares, um pequeno grupo aplaude Ricardo, o palestrante da noite. No semblante de todos, a expressão de felicidade pela oportunidade de ouvir palavras tão sábias e, ao mesmo tempo, o ar de decepção pelo número reduzido de pessoas que compareceram ao evento. Todos tentam justificar a falta de público. Se relacionarmos este fato com o texto bíblico acima, a resposta é só uma: Ricardo é filho do José, o dono da fruteira. Para as pessoas do lugar, os estudos que ele desenvolveu no mestrado e no doutorado são irrelevantes. Para elas, ele continua sendo um cidadão comum, simplesmente, o filho do José. Toda vez que leio o texto de Marcos, eu me lembro do dito popular “santo de casa não faz milagres”. É incrível como incorporamos esta ideia de não acreditar no potencial de certas pessoas. O que nos deixa mais perplexos é saber que o próprio Cristo passou por isso. Ele era conhecido por suas curas e seus milagres, mas, no seu lugar de origem, as pessoas não reconheceram seu potencial e zombaram dele. Para nossa reflexão, eu lanço alguns questionamentos: quanta coisa poderia ser diferente, se todos ouvissem a voz dos que vivem para o bem e pregam o amor, a paz e a justiça? Quanta coisa seria melhor se valorizássemos os dons e os talentos; se motivássemos mais pessoas para o serviço comunitário e se as verdadeiras lideranças tivessem mais poder? Que Deus nos ilumine e nos ajude a pensar diferente!