CIL - Comissão Luterana de Literatura
01 de janeiro de 2014
Baco ou Jesus?
João 2.1-12
[b]Jesus fez esse seu primeiro sinal em Caná da Galileia. Assim ele revelou a sua glória e os seus discípulos creram nele. (v. 11)[/b] Conforme o Evangelho de João, Jesus iniciou sua atividade junto ao povo ao participar de uma festa de casamento que durava uma semana. Em meio à festa, após um alerta de sua mãe, Jesus transformou água em vinho, para que a comemoração pudesse continuar, cheia de alegria. Interessante é que o evangelista chama o milagre de sinal. Isso significa que seu sentido não deve ser buscado no fato em si, porém no que ele simboliza. É o que o evangelista destaca no final do texto: o milagre serve para ressaltar a glória de Jesus, que, por sua vez, desperta fé nos discípulos. É notável a semelhança dessa história com uma lenda que se contava na antiguidade sobre Dionísio ou Baco, o deus do vinho. Também a ele se atribuía o poder de transformar água em vinho por ocasião de uma festa celebrada em sua homenagem em seis de janeiro. Ao celebrar a Epifania nesse dia, a igreja evidentemente a entendeu como alternativa àquela festa: o vinho que celebra a vida não provém de um deus pagão, mas do Cristo crucificado e ressurreto. Qual a diferença? Ora, a fé cristã também promove alegria, vista como fruto do Espírito (Gálatas 5.22). Mas, enquanto Baco prometia vida nova a seus adeptos em forma de embriaguez, delírio, êxtase e transe (bacanal), o vinho que Jesus concede quer celebrar a fé, chamar para a experiência do discipulado e promover a prática do amor e da comunhão. Sem dúvida, uma boa alternativa para iniciar o ano!