CIL - Comissão Luterana de Literatura
Biografia
Martinho Lutero foi uma das figuras históricas mais importantes do cristianismo. A Reforma, baseada em sua descoberta teológica da justificação por graça e fé (Romanos 1.17), pela primeira vez abalou os alicerces da Igreja Católica do século XVI, dando um novo rumo à Igreja cristã. A assinatura da Declaração Conjunta Sobre A Doutrina da Justificação, efetuada em 31 de outubro de 1999, em Augsburgo, na Alemanha, pela Federação Luterana Mundial e pela Igreja Católica Romana, é o reconhecimento a um homem ilustre, que abriu novos caminhos para o conhecimento.
Lutero nasceu em 1483 e morreu em 1546 na cidade de Eisleben, na Alemanha. Filho de mineiro, frequentou boas escolas, inclusive a Universidade de Erfurt. Por sugestão do pai, começou a estudar direito, mas decidiu tornar-se monge. Ingressou na Ordem dos Agostinianos e passou a dedicar-se ao estudo da Bíblia. Foi ordenado sacerdote e obteve o grau de doutor em teologia. Atuou como professor na Universidade de Wittenberg desde 1508.
Como professor responsável pela leitura e exposição das Sagradas Escrituras, percebeu que certas práticas e crenças da Igreja estavam em desacordo com a mensagem de Jesus. Passou a denunciá-las publicamente, mas não foi ouvido pelas autoridades responsáveis. Excluído da Igreja, persistiu em reclamar e em propor alterações na forma de fazerem e dizerem as coisas tanto no culto como na vida coletiva e individual. Assim tornou-se um dos grandes reformadores da Igreja, mais pela força das circunstâncias do que por vontade própria. A fim de combater erros e propor manifestações de fé e piedade próprias do Evangelho, produziu escritos polêmicos, didáticos e pastorais, reformulou ordens de culto, compôs hinos e, juntamente com colegas da Universidade, traduziu, primeiro, o Novo Testamento e, depois, a Bíblia toda para a língua do povo. Suas obras, sucessivamente reeditadas e traduzidas, constituem um tesouro inestimável para todos que buscam compreender a identidade e vocação da Igreja cristã.