Meu amigo, não importa quem você seja, você não tem desculpa quando julga os outros. (v. 1)
Julgar desintegra. Quebra comunhão. Cria crises dolorosas e cisões em todos os níveis. Quanto sofrimento no nível familiar, comunitário e social tem sua origem nessa mania de julgar os outros.
Para o apóstolo Paulo, o espírito de julgar os outros é manifestação do ser humano sem Cristo. Os judeus, mesmo tendo a lei de Deus e os profetas, não reconheciam Cristo. Julgavam-se cumpridores fiéis da lei sem perceberem a sua intencionalidade. Isso lhes conferia o privilégio e até o direito de mostrar os erros dos outros. Por isso apontavam o dedo indicador para os sem lei, para os que não criam como eles, sem se darem conta dos três dedos voltados para si mesmos. Lutero disse: “Este é o pior vício e pura arrogância diabólica, quando nos consideramos bons aos nossos próprios olhos... Achamos que em nós tudo é perfeito, roubando e usurpando, desse modo, a honra de Deus, tornando-nos a nós mesmos em ídolo, sem enxergarmos a calamidade que estamos provocando com isso, quando já teríamos problemas que bastam com nós mesmos se fôssemos sinceros”. Vale o que Paulo afirma: “Todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus” (Romanos 3.23).
Importa, pois, admitir a nossa condição de mendigos da graça de Deus, que é acolhida pela fé. Pois quem se sabe aceito por graça, está sendo libertado para aceitar o outro, apesar de suas fraquezas e diferenças. Constrói pontes de convivência e de vida em comunidade. Para tanto o texto de hoje nos convida!