O Reino de Deus é como um homem que joga a semente na terra. Quer ele esteja acordado, quer esteja dormindo, ela brota e cresce... (v. 26,27)
Um dos principais ingredientes da fé é a paciência. Essa é uma virtude em falta no mercado; foi riscada do dicionário de muitas pessoas. Queremos pressa, tudo a nosso modo e tempo. Quem trabalha na lavoura, porém, sabe que as coisas não são assim: quando se enfia uma semente na terra, existe o tempo da espera.
Jesus conhece muito bem o mundo do lavrador. Cruzando campos, trilhas, montes, não é de duvidar que tivesse pega-pegas ou carrapichos grudados em sua túnica ou sementes perdidas nas dobras das suas mangas. Na parábola, ele recorre à agricultura para ensinar como as coisas acontecem em relação ao Reino.
Nas primeiras comunidades, havia grande ansiedade quanto ao tempo e ao que se poderia fazer para apressar a chegada do Reino. Jesus antecipa-se e diz que o Reino de Deus é como uma semente: a gente estando acordado ou dormindo, ela brota, cresce e amadurece mansamente e em silêncio, mesmo sem sabermos como isso acontece. Só depois vem o tempo da colheita.
Já vemos e vivemos o Reino de Deus, mas ele se manifestará de forma plena no retorno de Cristo. Não conseguimos agendar nem antecipar esse dia. O que nos cabe é semear e ficar esperando o tempo de Deus, que é diferente do nosso. Acordados ou dormindo, temos a certeza de que ele continua fazendo o seu trabalho. Tiago (5.7) recomenda: “... tenham paciência até que o Senhor venha”.