Mas tu, ó Senhor, estás comigo e és forte e poderoso. (v. 11)
Num lamento sincero, o autor do nosso texto abre seu coração a Deus. Ele está em busca de colo, apoio, compreensão, respostas às suas dúvidas, angústia e aflição diante da realidade adversa em que foi chamado para anunciar e defender a vontade de Deus.
O profeta sofre e não vê frutos. Os resultados de seu empenho junto ao povo, para que atente à vontade de Deus, não aparecem. A teimosia do povo gera previsões de mais sofrimento, e isso o deixa deprimido.
Estará Deus perdendo a paciência? Que situação delicada pela qual passa o profeta! Ele se diz cansado e tem vontade de “chutar o balde”, isto é, de desistir de sua missão. Questiona: “Por que nasci?” (v. 18). Mas, ao compartilhar com Deus seus sentimentos, revela a sua carência e todo o seu desespero. O profeta está em busca de luz, de ajuda e forças para perseverar. Ele o faz confiando no poder de Deus. Sabe que o Senhor é misericordioso.
O texto é como um salmo de lamentação. Convida-nos a reconhecer que, uma vez envolvidos pela causa do Senhor, não tem mais jeito; não dá para calar a voz que arde dentro do peito. “Tenho que gritar, tenho que arriscar. Ai de mim se não o faço” (Hinos do Povo de Deus 323) cantamos nas comunidades. Reconhecemos que, assim como Jeremias, podemos revelar a Deus, à nossa maneira, o que se passa em nossa mente e em nosso coração, confiantes no socorro que vem do Senhor. O Criador jamais abandona quem a ele obedece e nele confia.