CIL - Comissão Luterana de Literatura
25 de outubro de 2017
Liberdade cristã
Gálatas 5.13-15
Esta é a liberdade cristã, a saber, que todas as coisas exteriores são livres perante Deus e que um cristão pode fazer uso delas como quiser, ou seja, pode aceitá-las ou rejeitá-las. Pois não prestas serviço a Deus casando, sendo solteiro, escravo, livre, tornando-te isto ou aquilo, comendo isto ou aquilo; por outro lado, também não o aborreces nem cometes pecado se renuncias a uma dessas coisas ou a deixas. Em resumo, nada deves a Deus exceto crer e confessá-lo. Em relação a todas as demais coisas, ele te dá inteira liberdade, de maneira que podes proceder como quiseres, sem nenhum perigo para a consciência. Visto, porém, que estás comprometido com teu próximo, cujo escravo te tornaste, Deus não quer privar ninguém do que é seu por meio da liberdade, mas deseja que seja cumprido em relação ao próximo. Pois embora Deus não pergunte por essas coisas por causa delas mesmas, ele pergunta por elas por causa de teu próximo. Em relação a mim, porém, estás livre, e de maneira nenhuma poderás perder-te, quer cumpras ou deixes de cumprir as coisas exteriores. Portanto, distingue corretamente esta liberdade: a relação entre Deus e ti não é a mesma que a relação entre ti e o próximo. Lá existe a liberdade, aqui não. Motivo: Deus te concede esta liberdade somente no que se refere ao que é teu, não no que diz respeito a teu próximo. Em resumo: Nada devemos a ninguém exceto amar e servir ao próximo por meio do amor. Onde existe o amor acontece que comer, beber, vestir, viver assim ou de outro modo não é perigo para a consciência nem pecado perante Deus, desde que não ofenda ao próximo. Nessas questões não se pode pecar contra Deus, mas, sim, contra o próximo. M. Lutero