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18 de dezembro de 2017

Encher e esvaziar

Lucas 1.53-55

"Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos." (v. 53)

 

Olha que grande consolo: não um ser humano, mas o próprio Deus enche de bens o faminto e o sacia. Esse encher deve ser inofensivo, proveitoso e salutar, para que beneficie corpo e alma com todas as forças. Mas isso revela igualmente que os famintos foram antes privados de todos os bens e que tinham todo tipo de necessidade. Pois se deve entender sob riqueza toda espécie de bens terrenos para a satisfação do corpo, com o que também a alma se alegra. De forma semelhante, “fome” significa aqui não apenas falta de comida, mas falta de todos os bens terrenos. A pessoa pode abrir mão de muitas coisas, exceto da comida, razão por que quase todos os bens existem em função do alimento. Por isso a Escritura entende sob bens terrenos aquilo que mais se precisa e usa e o que menos se pode dispensar. Do mesmo modo, chama os avarentos e os cobiçosos por bens terrenos de “escravos do ventre”. Paulo diz que o deus deles é a barriga (Filipenses 3.19). Como poderia alguém estimular de forma mais decisiva e consoladora para a fome ou a pobreza voluntária do que essas excelentes palavras de Maria, prometendo que Deus quer encher os famintos de bens? Por outro lado, como se poderia rejeitar de modo mais claro a riqueza e aterrorizar de modo mais horrível os ricos senão com a ameaça de que Deus os deixará vazios? Coisas tão grandes estas duas: quando Deus enche e quando abandona! O ser humano se assusta quando ouve seu pai se afastar ou seu senhor retirar seu favor. Nós, grandes e ricos, não nos assustamos ao ouvir que Deus nos rechaça. Sim, quando não apenas nos rechaça, mas, além disso, nos ameaça destruir, humilhar e deixar sem nada. Por outro lado, é uma alegria quando se vê que o pai é bondoso e que o senhor é benevolente. Há os que confiam nisso, a ponto de sacrificar seu corpo e bens. M. Lutero