Pessoalmente fui muitas vezes alvo de tentações e, ainda hoje, não estou completamente livre delas. Confesso isso publicamente para que sirva de exemplo a quem estiver interessado: sou um velho doutor e pregador, com certeza, tão versado nas Escrituras (ao menos deveria ser) quanto todos aqueles sabichões que me atacam. Mesmo assim, tenho que me fazer criança e, a cada novo dia, de manhã bem cedinho, dizer de mim para mim, em voz alta, o Pai-nosso, os Dez Mandamentos, o Credo e aqueles lindos salmos e versículos que desejo recitar, exatamente como a gente agora ensina e acostuma as crianças. No mais, eu tenho de estudar as Escrituras diariamente e lutar com o diabo. Ainda assim não devo pensar: Ah, o Pai-nosso é coisa velha, os Dez Mandamentos você conhece, e o Credo você sabe de cor, etc. Ao contrário, diariamente estudo isso e continuo sendo aluno do catecismo. Sinto, igualmente, que isso me ajuda em muito, e sei de experiência própria que a gente nunca pode dar por encerrado o estudo da palavra de Deus, e que, de fato, é verdade o que o Salmo 147 diz a esse respeito: “O seu entendimento não se pode medir”.