CIL - Comissão Luterana de Literatura
01 de junho de 2006
Este não verá a morte, eternamente
João 8.48-51
Aqui, temos de prestar atenção às palavras de Cristo, pois ele faz distinção entre morrer e ver ou provar a morte. Todos temos de morrer. Mas o cristão não prova ou não vê a morte, ou seja, não sente a morte, não tem medo dela, e vai a seu encontro calma e serenamente, como se estivesse adormecendo e não morrendo de fato. Agora, o não-cristão prova a morte e se apavora diante dela eternamente. Assim sendo, podemos muito bem entender este “provar a morte” como referindo-se à força e ao poder ou à amargura da morte. A palavra de Deus faz essa distinção. O cristão tem a palavra e a ela apega-se na morte. Logo, não se vê a morte, mas a vida e Cristo na palavra. Por isso, ele também não prova a morte. O ímpio, porém, não tem a palavra e, por isso, não vê nada da vida, mas tão-somente morte. Por essa razão, também tem de provar a morte, e esta é, então, a morte amarga ou eterna. Assim, Cristo está dizendo que aquele que guarda a sua palavra, não provará nem sentirá a morte em meio à morte. Aqui, vemos, pois, o que isso significa para o cristão: já foi liberto da morte par todo o sempre e não pode morrer jamais. Pois, exteriormente, sua morte, em tudo, assemelha-se à morte do não-cristão. Interiormente, porém, a diferença é tão grande como a diferença entre céu e terra. Pois o cristão morre como se estivesse adormecido, e passa da morte para a vida; mas o ímpio deixa a vida para trás e prova a morte, eternamente.