CIL - Comissão Luterana de Literatura
01 de julho de 2006
A semente simboliza a ressurreição
Coríntios-I 15.42-49
Observe o que faz o agricultor: espalha e enterra a semente no solo, dando a impressão de que tudo está perdido. Mas ele não fica preocupado, pensando que tudo foi em vão. Sim, até se esquece do lugar onde colocou o grão. Não se preocupa com o que lhe acontece, se é comido pelos vermes ou se se desfaz de outra maneira. Ao contrário, volta para casa, certo de que na primavera brotarão belos caules que vão produzir muito mais espigas e grãos do que foram semeados. Agora, se você lhe perguntasse a esse respeito, ele responderia: “Meu caro, de saída, eu sabia que não estava semeando à toa. Não faço isso para que a semente se perca, mas para que, decompondo-se na terra, ganhe uma forma diferente e produza muito fruto. Assim pensa todo mundo que vê ou que faz isso”. E, se, com respeito às coisas desse mundo, temos que proceder assim, muito mais devemos aprendê-lo em relação à ressurreição (o que é muito mais difícil de assimilar e compreender). Pois temos a palavra de Deus bem como a experiência de que Cristo ressuscitou dos mortos. E não devemos nos orientar pelo que nossos olhos vêem, ou seja, que nosso corpo é sepultado, queimado, ou que se transforma em pó de uma ou de outra maneira. Devemos, antes, deixar que Deus se preocupe e o transforme naquilo que deve vir a ser. Pois, se pudéssemos ver isso imediatamente, não precisaríamos a fé, e Deus não teria oportunidade de demonstrar que sua sabedoria e poder são maiores do que os nossos. Por isso, eis aí a capacidade e sabedoria dos cristãos: em meio a prantos e gemidos, podemos ter pensamentos de consolo e alegria em relação à vida, ou seja, que Deus permite que sejamos enterrados e apodreçamos no inverno, para que, no verão, surjamos mais resplandecentes que o sol. Isso faz como que a sepultura não seja sepultura, mas um belo jardim onde plantam belos cravos e rosas que devem crescer e florir no verão.