CIL - Comissão Luterana de Literatura
01 de agosto de 2006
Venha o teu reino
Mateus 6.9-15
Essa oração faz duas coisas: torna-nos humildes e nos engrandece. Em primeiro lugar, ela nos torna humildes, porque leva-nos a confessar abertamente que o reino de Deus ainda não veio a nós. Caso orarmos, pensando seriamente no que dizemos, isso é algo que apavora e, simplesmente, deveria encher o coração dos cristãos de tristeza e pesar. Pois significa que ainda estamos do lado de fora, longe de nossa querida pátria. Disso resultam dois lamentáveis prejuízos: o primeiro, que Deus Pai fica privado de seu reino em nós. E, assim, impedimos que Deus, que é e deve ser Senhor de tudo, seja reconhecido como tal e exerça esse senhorio. Isso, sem dúvida, deve doer a todos os que amam a Deus e desejam seu bem. O outro prejuízo é nosso: continuamos na miséria e em terra estranha, sujeitos s inimigos poderosos. Por outro lado, quando esses pensamentos nos tornam humildes e nos revelam nossa miséria, segue-se o consolo, e o querido Mestre, nosso Senhor Jesus Cristo, ensina-nos a pedir e a desejar libertação da mi’seria, sem desesperar. Pois Deus vai levar em conta o sofrimento e a súplica daqueles que reconhecem que atrapalham a vinda do reino de Deus e oram insistentemente para que venha apesar disso. Por isso, ao orarmos, não dizemos: “Permite-nos entrar no teu reino”, como se devêssemos ir ao seu encalço. Mas dizemos: “Venha o teu reino a nós”. Pois a graça e o reino de Deus, com todas as suas virtudes, precisam vir a nós, do contrário jamais serão recebidos. Nós jamais podemos ir até ele. Não fomos nós que saímos da terra em busca de Cristo no céu; ele desceu do céu e veio até nós na terra. Ser salvo é o seguinte: Deus reina em nós, e nós somos seu reino.