CIL - Comissão Luterana de Literatura
01 de setembro de 2006
Ele contemplou na humildade de sua serva
João 1.1-4
Eis o significado dessas palavras da santa mãe de Deus: nada disso aí e nenhuma dessas grandes bênçãos se devem a mim, e sim, a Deus, que tudo fez e cujo poder atua em todos, sem intervenção de ninguém; esse me fez grandes coisas. Eu sou apenas a oficina na qual ele trabalha, pois não ajudei em nada para a obra. Por esse motivo, também ninguém deve me louvar ou dar a honra à minha pessoa pelo fato de Ter me tornado mãe de Deus. Ao contrário, vocês devem louvar a Deus e sua obra em mim. Quanto a mim, basta que se alegrem comigo e me considerem bem-aventurada porque Deus se valeu de mim para realizar essa sua obra em mim. Observe o cuidado com que ela atribui tudo a Deus, sem querer mérito, honra ou glória para si mesma. Ao contrário, continua a viver normalmente, tal qual vivia antes de receber tudo isso. Ela não reclama mais honra do que antes, não se exalta, não explode, não se põe a gritar que se tornou mãe de Deus, não exige honra alguma. Vai e trabalha dentro de casa como antes, tira leite das vacas, cozinha, lava pratos, varre o chão, faz aquelas coisas simples e desprezíveis que uma empregada ou dona-de-casa tem de fazer, como se nem se importasse com essa extraordinária graça e bênção. Entre outras mulheres e vizinhas ela não é mais estimada do que antes. Também não faz questão disso, pois continuou sendo uma pobre cidadã em meio à grande multidão de pessoas simples. Oh, que coração singelo e puro! Como se esconde algo tão grandioso atrás de uma aparência tão simples.