CIL - Comissão Luterana de Literatura
01 de fevereiro de 2007
Fendeu a rocha, e dela brotaram águas
Salmo 105.24-45
Eis um milagre memorável pelo qual passamos como o olhar fixo em frente, sem nada ver, e endurecemos os ouvidos, de sorte que nada percebemos da impotência das criaturas nas mãos de Deus. Que poderia ser mais antinatural do que água numa rocha, numa pedra dura? Se obtivéssemos água da neve ou das nuvens, isso seria fácil de acreditar, pois é propriedade das nuvens serem macias e cheias de água; mas uma rocha, um objeto árido, duro e seco, um monte de rocha lisa que fornece água – isso é a mesma coisa que dizer que sairá água do fogo ou, por outra, que do fogo sairá água. Como compreender isso? Trata-se de uma dádiva maravilhosa. Quem domina essa arte e quem tem tal poder? Deus o tem. Ele é capaz de coisas tão antinaturais. Isso para que possamos formar um idéia do Deus que ele é e do poder que tem, para não desesperarmos, mas crermos e confiarmos nele firmemente que ele é capaz de transformar em ouro o couro da nossa bolsa, de trazer trigo do pó do chão e converter o ar em adega cheia de vinho. Essa confiança deve-se ter nele: que ele tem tamanho poder, e, assim, saibamos que temos um Deus capaz dessas coisas, e que a seu redor chovem e nevam coisas maravilhosas.