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07 de abril de 2003

O VELHO E O NOVO MUNDO

Mateus 27.45-56

Sozinho. Abandonado. Já sem forças, num último gemido, quase incompreensível, Jesus ainda consegue clamar: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (v. 46) – é o grito do fim. Há, ainda, algumas pessoas perto da cruz: os dois ladrões, aqueles que estão cumprindo a sua missão, os soldados, e alguns poucos à procura de sensacionalismo. No mais, ninguém por ali. Compaixão? Nem pensar. O que acontece no Gólgota é só provocação, uma réplica do que aconteceu quando Jesus foi tentado: “Se você é Filho de Deus, mande que estas pedras virem pão” – “jogue-se daqui de cima” (do pináculo do templo) – “Eu lhe darei tudo se você se ajoelhar e me adorar” (Mateus 4.3,6,9). Agora, ele é desafiado a salvar a si mesmo, descendo da cruz. Os dois ladrões associam-se à zombaria e à provocação. Jesus está só, abandonado. Conseguimos entender esta situação? Como nós reagiríamos em tal circunstância? Ao narrar a tragédia da cruz, a intenção de Mateus é trazer para bem próximo o sofrimento expresso no Salmo 22.7: “Todos os que me vêem caçoam de mim...”, e mostrar a situação de pessoas que vivem sem esperança e abandonadas por todos. Quantas pessoas, hoje, são assim, inseguras, assustadas pela violência, por movimentos terroristas e por conflitos entre as religiões! Com a morte de Jesus, o velho mundo da insegurança, do abandono, da provocação e da solidão foi crucificado. Em seu lugar, nasceu a certeza da presença do Filho de Deus. É o novo mundo. Nele, nós podemos viver. Nele, nós cremos e isso nos consola.