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17 de fevereiro de 2003

A NATUREZA HUMANA

Romanos 8.1-11

Há um soneto de Augusto dos Anjos que sempre me chamou atenção pelos seguintes versos: “O homem que nesta terra miserável, mora entre feras / sente a inevitável necessidade de também ser fera”. Ninguém gosta de ser comparado a um animal. Mas, desde a escola, aprendemos que o ser humano é classificado como um animal mamífero. Ensinam-nos também que a nossa capacidade de raciocínio e desenvolvimento nos diferencia dos outros animais. O apóstolo Paulo, muito antes do advento da ciência moderna, compartilhava do conhecimento de que os seres humanos pertencem à natureza. E, quando nos deixamos guiar puramente pela natureza, provocamos a morte. É a natureza que nos leva para a lei da seleção natural, onde o mais forte vence o mais fraco e, na cadeia alimentar, os menos capazes e mais frágeis são os primeiros a serem devorados pelos seus predadores. Vivemos esta mesma “cadeia alimentar” do instinto animal em nossa sociedade. A “seleção natural” separa os ricos dos pobres, os sãos dos doentes, os bonitos dos feios, os fortes dos fracos... Porém, Deus, em Jesus Cristo, assumiu a “natureza humana” para que pudéssemos ganhar o “Espírito de Deus” e, assim, agirmos, não pelo instinto, mas pelo Espírito que é vida! Por Cristo, mesmo vivendo “entre feras”, não temos mais a necessidade de “também ser fera”. O Espírito de Deus nos desenvolve a capacidade de participarmos da vida não por mero instinto, mas como graça que recebe o sopro de Deus e que abunda na justiça, no respeito à criação e na paz.