O relato da criação do mundo nos primeiros capítulos do Gênesis não é uma experiência científica, mas um testemunho de fé. É um anúncio de que Deus criou e conserva tudo o que existe e de que tudo que ele criou era muito bom. Como está na Bíblia Sagrada, no quarto e quinto dias, Deus separou a luz da escuridão. Ele criou o sol, a lua e as estrelas. Povoou a terra, as águas e os ares como seres vivos. Ao ler este texto, fiquei imaginando o amanhecer de um novo dia. Lembrei do colorido dos peixes, do canto dos pássaros, do pôr do sol, do dia que passou, do amanhã que ainda não chegou. Lembrei também de uma frase bonita que diz: “Fé é o pássaro que canta quando ainda está escuro” e complemento, “anunciando o alvorecer de um novo dia”. Se não temos motivos para cantar hoje, cantemos um canto novo que carrega o sonho de um novo dia, de um novo tempo que não nos pertence, mas que nos é oferecido de graça em Jesus Cristo. Não quero, aqui, fazer relatos da agressão à natureza, da camada de ozônio, das águas poluídas e desperdiçadas, nem dos pássaros em extinção. Desejo que nos lembremos, neste início de um novo ano, que fazemos parte da criação de Deus. Que a nossa prática, o nosso pensar e falar sejam também um testemunho da nossa fé, separando o que é da luz e da escuridão. Separemos o que serve à vida, do que serve para a destruição e a morte da criação. Ali onde vivemos é o lugar em que Deus está recriando a vida que pulsa. Que possamos dizer: e Deus viu que o que havia feito era, é e será sempre muito bom para todas as suas criaturas.