É muito desagradável bater em portas fechadas ou apelar para ouvidos surdos. Esta experiência é feita cotidianamente por pedintes na rua, por desempregados em busca de ganha-pão, por pessoas que necessitam do sistema de saúde, por quem busca auxílio ou proteção nos órgãos policiais e, ainda, em muitas outras situações. Será que também acontece que pessoas buscam a sua Igreja para obter auxílio, consolo e orientação e saem frustradas? Frustração – é este o sentimento que nos invade nessas ocasiões; frustração e vontade de “atirar com tudo”. Muitas pessoas, efetivamente, o fazem. A viúva, na leitura bíblica deste dia, não fez assim. Mesmo não tendo obtido êxito com seu pedido, voltou a apelar à mesma pessoa, que é descrita como alguém que não temia a Deus e não respeitava ninguém. Por que tanta insistência e persistência? A razão é uma só: ela sabia que aquela pessoa tinha o poder de acudi-la. E, baseada nesta certeza, não desistiu. Jesus apresenta este procedimento como exemplo a seguir em nossa vida de oração. Ao falar com Deus, lembre-se: só ele é onipotente e onisciente. Foi ele quem assegurou: “Eu nunca os deixarei e jamais os abandonarei” (Hebreus 13.5). Esta certeza ajuda a lidar com sentimentos de frustração, a manter a esperança e a fortalecer a fé e a fidelidade no serviço do Senhor. Por existir este recurso, é verdade o que diz o título desta meditação: apesar de violência, de corrupção e de todos os sinais em contrário, este mundo tem jeito! Isto anima até mesmo a cantar: