Uma coisa nós sabemos: quando alguém pisa em nosso pé, a dor é bem maior do que quando nós pisamos no pé dos outros. Isso é o que diz um ditado popular. Quando nós nos sentimos prejudicados, temos uma atitude muito característica, reclamamos. Muitas vezes, a nossa reclamação é sem razão. Outras vezes, reclamamos com força porque não fomos atendidos de imediato. O povo de Deus, no tempo do profeta Isaías, estava passando por um grave problema. Eles estavam sofrendo uma grande humilhação: foram derrotados pelos inimigos. E estes haviam se apossado do templo. Isto significava muito mais do que uma simples invasão de território. O significado mais profundo era de que Deus estava descontente com o comportamento do seu povo e o havia abandonado à sorte da derrota. Sentir-se abandonado por Deus é uma dor insuportável. O povo de Deus, que tantas e tantas vezes havia presenciado o poder do Senhor em suas vidas, agora, estava derrotado. Mesmo assim, ele não reconheceu de imediato que estava sendo castigado. Foi necessário ver os inimigos “profanando” o templo. Uma dor terrível para a honra e a moral da nação. O Senhor, ao permitir que o inimigo invadisse a sua casa de oração, estava ensinando uma lição ao seu povo. Uma lição de arrependimento sincero e que se concretizaria em ações. Israel deveria refletir sobre a história e lembrar que Deus nunca o havia abandonado, mas, na verdade, o povo é que muitas vezes havia virado as costas para ele. E nós? Reclamamos quando Deus pisa em nosso pé?