Em 1886, uma comunidade inteira, de 111 pessoas, liderada pelo P. Wilhelm Gottfried Lange, deixava para trás Schadura, uma das muitas colônias de Wolhynien, na Polônia, sob governo russo. Esta comunidade vivia o fervor da fé cristã, fruto do pietismo luterano dos Irmãos Morávios. Por causa da sua fé, foram oprimidos pelo governo. Em busca de liberdade, decidiram deixar a Europa e vir ao Brasil. Era uma decisão radical. O preço de sua liberdade foi uma vida muito dura na selva catarinense, onde fundaram a cidade de Guaramirim. Seguir a Cristo sempre foi uma decisão radical, seja sob perseguição ou sob liberdade plena, e nem sempre fácil. Infelizmente, as comunidades cristãs, em muitos lugares, enfrentam um comodismo crônico que tem enfraquecido a fé, geração após geração. Com uma certa freqüência, encontramos membros que querem seguir o Evangelho, mas não estão dispostos a abrir mão de privilégios (v. 58). E a comunidade sofre com isso. Outros têm sempre alguma coisa mais importante para fazer antes de seguir a Cristo, ou porque são muito jovens ou por estarem muito ocupados com o trabalho (vv. 59, 61). Somos comunidade peregrina neste mundo. Precisamos tomar consciência de que não temos, aqui, morada; que a vida eterna é nosso alvo e que, diante de um mundo perdido, mas amado por Deus, não é hora de olhar para trás. A partir disso, poderemos experimentar a verdadeira dimensão da radicalidade do amor de Deus por nós. O chamado de Cristo é feito também a você. Qual é a sua decisão?