CIL - Comissão Luterana de Literatura
09 de agosto de 2006
O teste da coerência
João 8.37-45
Coerência é uma virtude apreciada. Somos coerentes quando nossas atitudes estão em conformidade com aquilo que a boca diz e praticamos o que cobramos dos outros. Diversas vezes, Jesus confronta os seus ouvintes com o descompasso entre a sua religiosidade e a prática diária. Os homens que queriam apedrejar a mulher adúltera tiveram que ouvir: “Quem estiver sem pecado, que atire a primeira pedra” (João 8.6). No texto bíblico de hoje, os que discutem com Jesus dizem-se filhos de Abraão. O Mestre lhes diz que, se “fossem de fato filhos de Abraão, fariam o que ele fez” (v. 39). Ou seja, amariam aquele que foi enviado por Deus e não tentariam matá-lo. Jesus diz mais: os impulsos que atentam contra a vida, como a mentira, procedem do Diabo e não de Deus (v. 44). A luz mostra o que está no escuro. A Palavra de Deus revela a verdade sobre a vida das pessoas. Assim aconteceu com os ouvintes de Jesus e acontece conosco. No teste da coerência, sem demora percebemos que, também nós, enxergamos melhor os erros dos outros e que não somos tão bons quanto, muitas vezes, pensamos. A verdade dita por Jesus, num primeiro momento, expõe a nossa fragilidade. O Senhor não diz isso para o nosso desespero, mas para que vivamos da salvação que ele oferece. Se temos esta clareza, então, com humildade, podemos nos jogar nos braços do Pai e dizer: Senhor, reconheço a minha incoerência e clamo pela tua misericórdia. Esta é uma oração que deverá acompanhar diariamente filhos e filhas de Deus que se entendem sob a sua graça.