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15 de fevereiro de 2007

Solidariedade na hora do luto

Gêneses 23.1-20

Jamais me esquecerei daquele sepultamento. Vivendo no estrangeiro, eu fui chamado pela funerária para sepultar um indigente. Eu e o falecido. Ninguém mais, nem o pessoal da funerária. Ninguém para chorar, nem para consolar. Situações como essas lembram-nos de que somos pó, nada trouxemos e nada levamos desta vida. “Somos mendigos”, disse Lutero, pouco antes de morrer. Abraão perdera Sara. Como qualquer marido que ama a esposa, também ele pranteou a sua morte. O patriarca era um sem-terra no estrangeiro, não tinha um pedaço de chão, nem sequer para sepultar a esposa. Foi obrigado a adquiri-lo. Os cidadãos heteus escancaram as portas, oferecendo-lhe a melhor sepultura, à sua escolha. Ele, no entanto, preferiu comprar o lote. Quando consultou o dono da terra que pretendia adquirir, este ofereceu-a de graça. É assim também hoje, diante de uma perda, da dor e do luto, as pessoas são solidárias! Abraão insistiu em pagar o valor justo. Acertaram-se, finalmente, em quatro quilos e meio de prata. Um valor altíssimo! Abraão não barganhou, mas pagou o preço. Mais um detalhe importante: o marido de Sara não adquiriu apenas a caverna de Macpela, mas, além dela, os entornos, o terreno e as árvores. Essa foi a forma de Abraão manifestar o seu luto e prestar a última homenagem à sua querida esposa. Foi bom para Abraão e é bom para todos ter ao seu lado pessoas solidárias na hora do luto. Bem-aventurado quem tem uma Igreja para cultivar a comunhão, para dar e receber e carinho nos momentos de dor.