CIL - Comissão Luterana de Literatura
01 de julho de 2007
As bem-aventuranças
Mateus 5.1-12
Aconteceu num teatro em Moscou, no tempo da ditadura comunista: famosos atores, vestidos de monges, deveriam apresentar uma paródia da Santa Ceia de Jesus. O protagonista deveria ler as bem-aventuranças e, depois, fechar a Bíblia e exclamar, rodopiando: “Que absurdo, vamos beber e dançar!” Neste momento, entrariam em cena mulheres vestidas de freiras e iniciaria um bacanal com bebedeira e dança. Tudo aconteceu conforme programado. O ator principal entrou com a Bíblia na mão e, com voz sonora, leu: Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os que choram , porque serão consolados. Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. Havia silêncio total na platéia. E o ator continuou: Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus... ... continuou a leitura até o fim. Depois, fechou a Bíblia e deixou o palco com respeito e em silêncio. Policiais, que estavam nas primeiras poltronas, levantaram-se e gritaram: “Traidor!” As pessoas da platéia, porém, saíram em silêncio. Muitos, lembrando-se das histórias de Jesus e das orações que a avó lhes ensinara, devem ter meditado sobre as bem-aventuranças...