CIL - Comissão Luterana de Literatura
17 de setembro de 2007
Grande mesmo é o pequeno!
Mateus 19.13-15
Era costume na época de Jesus que as crianças de colo fossem abençoadas pelos mestres da lei. O gesto de Jesus, de impor as mãos, em nada se diferenciava do gesto dos demais rabinos quando abençoavam uma criança. Os discípulos viram nisso uma simples importunação do seu mestre. Ele teria coisas mais importantes para fazer! Mas Jesus tinha outra opinião. Ele aproveitou a atitude brusca dos seus discípulos para reafirmar um símbolo da sua mensagem: a criança. O pequenino era o tipo de pessoa apta para estar no Reino dos céus. Não por alguma qualidade inerente a ele; não por ser mais inocente ou menos pecador, mais ingênuo ou menos corrompido que as demais pessoas. Tratava-se da condição objetiva da criança: sua dependência do pai e sua confiança nele para poder viver. Criança é modesta e humilde por sua própria condição objetiva de vida. Ela diz “papai” e espera dele tudo de bom. Numa postura semelhante de humildade e humilhação foi que Jesus se colocou ao tornar-se humano. É por isso que todos os “pequeninos” são prediletos de Deus, é por isso que deles é o Reino de Deus. Isso fica ainda mais claro no texto de Mateus 18.1-3. O pequeno se torna grande porque, em Jesus, o grande Deus tornou-se pequeno. É o grande que se tornou pequeno que faz com que nós, pequenos, nos tornemos grandes. Ou seja: se tivermos confiança em nosso Pai e fé em Jesus Cristo, que nos trouxe a Boa-Notícia de nossa filiação divina. Ser grande diante de Deus é reconhecer, pela fé, a própria pequenez, e agir de acordo com ela.