CIL - Comissão Luterana de Literatura
04 de novembro de 2007
Quem sou eu?
Jó 38.1-21
A cada ano, a humanidade é exposta a tragédias, provocadas por fenômenos da natureza. Assustadas diante de tanta violência, as pessoas constatam a sua pequenez. Isso pode ocorrer diante de ondas gigantes, de furacões destruidores ou, ainda, em razão de enchentes assoladoras. O diálogo entre Deus e o seu fiel servo Jó foi entre partes desiguais. A diferença entre os parceiros de conversa é incomparável. No meio da tempestade, Deus conversa com Jó. O amigo de Deus é lembrado das suas limitações e da sua ignorância perante o Criador. “Quem é você para pôr em dúvida a minha sabedoria”? Ou “onde é que você estava quando criei o mundo”? (vv. 2,4). Sim, quem era ele frente a Deus? Quem sou eu diante de Deus para não ser destruído diante da violência dos fenômenos da natureza? Tais perguntas só seres humanos fazem. As plantas do jardim, os animais das selvas ou os astros do firmamento não perguntam. O Evangelho aponta para a vida humana, como sendo especial. A vida de Jó, apesar das suas limitações, recebeu um destaque ainda maior. Deus cuidava dele com muito carinho. Por ocasião da condenação de Jesus, Pilatos apresentou-o ao povo, dizendo: “Aqui está o homem!” (João 19.5). Frente à cruz de Cristo, descobrimos a miséria e a ignorância humanas e, ao mesmo tempo, vivenciamos o amor profundo do Deus-Conosco. A dignidade humana é presente de Deus. Por causa da cruz de Cristo, vale a pena viver, não para ser melhor, mas para servir melhor. Somos pessoas especiais para Deus! Jó também o foi.