Tive de alimentá-los com leite e não com comida forte... (v. 2). Paulo, um dos maiores missionários de todos os tempos, experimentou na carne o poder transformador do amor de Deus. Os que ele perseguia, acolheram-no em Damasco e cuidaram dele. Foi assim que Deus lhe abriu os olhos e preparou-o para levar o Evangelho aos povos. Mais tarde, ao defrontar-se com a fraqueza e o despreparo dos coríntios, Paulo age com sabedoria. Vendo os ciúmes, as brigas e o partidarismo entre eles –“Eu sou de Paulo”, diziam uns, “eu sou de Apolo”, contrapunham outros –, o apóstolo atesta que a comunidade ainda tem muito a aprender no caminho da fé. Por isso, ele não a sobrecarrega, mas trata-a com carinho, como crianças na fé. Os coríntios ainda estão presos às regras deste mundo. Escreve: “Tive de alimentá-los com leite e não com comida forte, porque vocês não estavam prontos para isso. E ainda não estão...” (vv. 2,3). Hoje, corremos o mesmo risco. Correntes teológicas e preferências pessoais geram divisões e cisões na Igreja. Assim, fere-se a comunhão e confunde-se a fé das pessoas – eu sou convertido, eu sou carismático, eu sou conservador... eu..., eu.... O Espírito Santo não gera separações no seio da Igreja. Estas são frutos do orgulho e do egoísmo humanos. O Espírito Santo congrega, ilumina e santifica os pecadores. Este é o jeito de Deus. Mesmo não preparados, ele nos alimenta na medida das nossas necessidades, e nos chama para uma comunhão, na qual somos todos irmãos na Igreja de Jesus Cristo.