CIL - Comissão Luterana de Literatura
18 de março de 2009
A cada um o que é lhe devido
Lucas 20.20-26
[b]Dêem ao Imperador o que é do Imperador e dêem a Deus o que é de Deus (v. 25).[/b] O sentido do conhecidíssimo texto que você acabou de ler parece óbvio: Jesus deseja que seus seguidores sejam submissos às autoridades constituídas. Assim Deus já prescrevera no quarto mandamento e, mais tarde, o apóstolo Paulo enfatizou em Romanos 13.1: “Obedeçam às autoridades... Pois nenhuma autoridade existe sem a permissão de Deus”. Depois de algumas considerações sobre a honestidade no pagamento do Imposto de Renda, poderíamos concluir a meditação com a sensação de termos entendido o que Jesus quis dizer, certo? Errado! Esse texto, como, aliás, toda a Bíblia, é quase inesgotável em seu significado. Note que, naquela situação, estava claro o que Jesus mandava dar ao Imperador: os impostos. Mas não pára por aí; prossegue: “Dêem a Deus o que é de Deus”. Mas o que é de Deus, que devemos dar a ele? Ora, tudo é de Deus. Conforme a explicação que Lutero dá ao 1º Artigo do Credo Apostólico, no Catecismo Menor: “Deus me criou a mim e a todas as criaturas, e me deu corpo, alma, olhos, ouvidos e todos os bens... Além disso, me dá vestes, calçado, comida e bebida, casa e lar, esposa e filhos...”, e a lista é interminável. Afinal, o que Jesus espera que demos a Deus? Tudo: nossas capacidades, nosso tempo, nossos recursos materiais e, sobretudo, o nosso coração. Era isso que os espiões enviados pelos líderes judeus ainda não haviam dado ao Senhor. E era isso que ele mais queria, os seus corações, a essência das suas vidas.