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08 de abril de 2009

Enquanto a Páscoa não vem

Lucas 23.50-56

José... tirou o corpo da cruz...e o colocou num túmulo cavado na rocha (vv. 52,53). Jerusalém, sexta-feira: daqui a pouco o sol vai se pôr sobre o Gólgota e o sábado vai iniciar. O corpo de Jesus ainda pende na cruz. Em vida, o Mestre havia sido porta-voz de boas novas da parte de Deus. Indicara a fonte d’água que, de fato, sacia e o pão da vida que realmente farta. Chamara pessoas à fé, à esperança e à solidariedade. Denunciara os poderes a serviço da morte. Mas sua vida fora interrompida de forma violenta, com base em mentira, traição, astúcia e impenitência. Agora, seu corpo está ali, inerte, à espera de um piedoso gesto de compaixão. Finalmente, alguém toma uma iniciativa. José de Arimatéia, membro do tribunal que condenara Jesus à morte, pede permissão a Pilatos para sepultá-lo. Ele não havia concordado com a decisão de crucificá-lo, pois simpatizava com o Mestre. Mas agora era tarde. Ao sepultá-lo no túmulo que reservara para si mesmo, estava sepultando também suas próprias esperanças. José sabia da morte na cruz, mas nada sabia da Páscoa. Às vezes, sentimo-nos como José de Arimatéia. A perspectiva da Páscoa está ausente ou parece distante. Nossos olhos só enxergam o sofrimento, a frustração, o fracasso e a morte. Não vislumbramos nenhuma luz no fim do túnel. Por isso, quando o tenebroso sábado do vazio e do absurdo nos envolve, saibamos, pelo menos, uma coisa: Jesus também esteve aqui! Nem aqui estamos sozinhos. Ele está ao nosso lado. Nem a morte pode separar-nos do amor de Deus.