[b] … o presente gratuito de Deus é a vida eterna. (v. 23) [/b] Estamos acostumados a pesquisar e a comparar preços, pagar e cobrar por bens e serviços. Assim é que funciona: tudo tem seu preço. Pagando-o, estou livre de obrigações. O grande sonho de muitos é não ter mais prestações a quitar, não ficar devendo; poder viver longe do temido SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). Deus foge dessa lógica. Ele dá um presente gratuito. Nem poderíamos pagar por ele. A humanidade, pelas tantas falhas que cometeu, merece a morte. Em contraste, a dádiva de Deus propicia a vida eterna. Proporcionalmente, dádiva eterna deve suscitar gratidão eterna. Parece estranho: um presente que recebo, de graça, compromete-me para sempre. Vai, inclusive, além da vida aqui neste mundo. Difícil imaginar como será lá, na outra vida. Muitas vezes, nem interessa, pois quero que minha vida melhore aqui e agora. Quero parar de sofrer. Quero que minha família, meus amigos, meus vizinhos, todos os que sofrem possam estar livres do sofrimento. É um desejo legítimo. O presente de Deus fica visível precisamente no sofrimento pelo qual estou passando hoje, neste momento. Aceitando a oferta do Senhor, as minhas dores não desaparecem como por encanto. Não se resolve tudo num estalar de dedos. Mas também a graça não desaparece. Diferente do sofrimento, ela é eterna. Já me ampara agora e me dá coragem para continuar na trilha da vida. Não tem preço, não. Não consigo pagá-la, não. Mas também não serei cobrado eternamente. Quem não seria eternamente grato por tão grande dádiva?