CIL - Comissão Luterana de Literatura
17 de abril de 2011
Responsabilidade pelos rumos do mundo
Mateus 27.15-30
[b]Eu não sou responsável pela morte deste homem. Isso é com vocês. (v. 24)[/b] Passar da condição de ídolo para vilão acontece com muita facilidade e rapidez. Principalmente no futebol. Um gol ou uma vitória fazem com que um jogador ou um time todo sejam ovacionados e endeusados. Já um “frango” do goleiro ou uma derrota enfurecem a mesma multidão e podem levá-la a depredar as instalações de seu time. Num momento, alguém é “deus”, mas logo depois pode virar culpado. Não foi muito diferente com Jesus. Quando ele entrou em Jerusalém, foi festejado pelo povo. Mas alguns dias depois foi condenado. A multidão, insuflada pelos chefes dos sacerdotes e líderes judeus, pediu a crucificação do Messias. Pilatos reconheceu seu fracasso ao defender a soltura de Jesus e lavou suas mãos. Mas isso não o inocenta, pois ele falhou ao não conduzir o processo de uma forma justa. O povo carrega a culpa pela morte de Jesus, e não apenas os seus líderes. Demagogos sabem como fanatizar as massas. E quem é culpado pelos rumos do mundo de hoje? Governos sempre carregarão parcela maior ou menor da culpa pelo que acontece. Mas deveríamos, sobretudo, examinar a nossa conduta, que exige cada vez mais que os nossos interesses pessoais sejam atendidos. Somos contra a violência que nos atinge, mas a favor do uso das armas para tanta coisa. Criticamos a corrupção em Brasília, mas trocamos nossos votos por favores de políticos trambiqueiros. Não devemos afastar-nos do mundo e de sua realidade, mas unir nossas vozes às das vítimas de todas as formas de violência.